

Para entendermos o linfedema, primeiro precisamos entender o que são os vasos linfáticos. A circulação do corpo humano possui 3 tipos de vasos: as artérias que levam o sangue oxigenado do coração para os membros e órgãos; as veias que trazem esse sangue de volta para o coração para ser oxigenado pelo pulmão; e por último os vasos linfáticos que ajudam as veias a drenarem o líquido em excesso que estão nos tecidos de volta para dentro das veias. Eles são vasos mais finos que um fio de cabelo e além dessa função de drenagem, também atuam ajudando na imunidade, combatendo vírus e bactérias.
A lesão ou o mau desenvolvimento desses vasos leva a um acúmulo de líquido no local acometido. Por serem muito finos, são facilmente lesados e não conseguem se recuperar após.
O linfedema é o inchaço crônico que ocorre na perna ou braço devido a essas alterações ou lesões dos vasos linfáticos. Isto leva ao acúmulo de líquido nesses locais. Essa doença pode ter uma causa primária ou secundária. As causas primárias são as hereditárias, ou seja, alterações genéticas que acarretam um desenvolvimento alterado desses vasos. As pessoas acometidas pela doença primária podem manifestar os sintomas desde o nascimento, iniciar os sintomas ainda jovem ou ainda após os 35 anos de idade. Já as causas secundárias ocorrem por lesões nos vasos linfáticos devido a vários motivos como: trauma, infecções (como erisipela ou elefantíase), radioterapia (geralmente por câncer de mama), tumores, após cirurgia de câncer de mama, entre outros.
O principal sintoma é o inchaço da perna ou braço acometendo a mão e o pé que ficam mais “duros” e não “afundam” quando apertamos com o dedo. Esse líquido acumulado aumenta a chance de infecção na perna, a qual pode ocorrer de repetição. Essa infecção é chamada de erisipela (linfangite) e se manifesta com piora do inchaço, vermelhidão, dor, aumento de temperatura na perna e pode estar associada a bolhas, calafrios, febre e mal-estar. Geralmente, ocorre devido a arranhões na pele, rachaduras, micose entre os dedos dos pés ou após trauma, que funcionam como porta de entrada para a bactéria.
Mesmo quem não tem linfedema, pode por outro motivo desenvolver erisipela e esta infecção por consequencia pode danificar os vasos linfáticos, gerando o linfedema secundário. O tratamento da erisipela é feito com antibióticos.
O diagnóstico do linfedema pode ser feito apenas pela história e exame físico, mas alguns exames podem ser solicitados, como o ultrassom Doppler venoso para descartar que tenha alguma doença venosa associada. Em alguns casos, pode ser necessária a linfocintilografia para confirmar o diagnóstico.

O tratamento do linfedema é clínico e possui alguns pilares principais que precisam ser adotados de forma contínua e com compromisso do paciente para que haja melhora: